“O padrão inatingível de beleza amplamente difundido na TV, nas revistas, no cinema, nos desfiles, nos comerciais, penetrou no inconsciente coletivo das pessoas e as aprisionou no único lugar em que não é admissível ser prisioneiro: dentro de si mesmas.” Cury, Augusto Jorge (2005) A Ditadura da Beleza e a Revolução das Mulheres. Rio de Janeiro: Sextante
Em um mundo amplamente competitivo e desigual; para muitos, a “imagem pessoal” tem assumido o significado de “poder e status”. E é assim que milhares de pessoas se deixam dominar pelos estereótipos da beleza e os seus padrões pré-definidos pela mídia modista. Homens e mulheres, jovens e adultos, um exército de alienados que são capazes de qualquer coisa, desde horas inacabáveis em academias, a cirurgias agressivas e dietas exageradas que agride o organismo, tudo para se alcançar o tão sonhado e “utópico” corpo perfeito. Mas nessa busca pela “perfeição”, não é raro, os que acabam por ultrapassar a barreira do bom senso e tornam-se vitimas do exagero. A insatisfação, a ansiedade e a frustração de quase sempre sentirem-se fora do “padrão”, seguidas pela baixa auto-estima, dão lugar a problemas sérios como, por exemplo, a bulimia e a anorexia.
A sociedade cobra, a mídia exige e, as pessoas aderem a uma nova forma de vida, submissas a um padrão preestabelecido do “belo e do feio”, que inconscientemente gera o preconceito, a discriminação e a intolerância. Dessa forma é comum que surja pelo mundo novos termos como o “Bullying” que utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, geralmente entre estudantes, que demonstram a cima de tudo, a intolerância pelas diferenças.
E é nesse cenário socialmente patológico que se dissemina a síndrome da beleza. E é também, nesse mesmo cenário, que aos poucos o mundo vai se transformando em um molde globalizado de desarmonia, injustiça e insatisfação, onde as pessoas vivem a mercê de um padrão de normalidade anormal, onde ser “belo” é uma lei a qual deve se seguir cegamente.
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