quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Acidente Ofídico (Acidente com serpentes)



O acidente ofídico é o envenenamento por inoculação de toxina, através da picada de serpentes. No Brasil existem quatro gêneros de serpentes peçonhentas, são elas:

  • Bothropssensu latu (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, combóia);
  • Caudisona, ou, Crotalus (cascavel);
  • Lachesis (surucucu-pico-de-jaca);
  • Micrurus (coral verdadeira).

O envenenamento ocorre quando através da picada, a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas, sendo assim, pode ocorrer da picada não levar ao envenenamento.

Em caso de acidentes com serpentes, a vítima deve ser levada imediatamente a um hospital, para que se possa receber o devido socorro.  Os acidentes ofídicos são atendidos e tratados baseando-se nos sintomas, ou seja, não se faz necessário levar a serpente causadora do envenenamento ao hospital para reconhecimento.

Os sintomas são classificados da seguinte maneira:

  • Gênero Bothrops:

 As jararacas são responsáveis por 90% dos acidentes ofídicos no Brasil
Seu veneno tem três tipos de ação:

  1. Ação proteolítica: provoca reação inflamatória, dor e edema, podendo causar necrose dos tecidos.

  2. Ação coagulante: pode causar incoagulabilidade sangüínea.

  3. Ação hemorrágica: causa hemorragia no local da mordida, podendo ser também pelas narinas, olhos, boca.

  • O tratamento se faz imobilizando a vítima, manter na horizontal o membro afetado, administração de soro específico ou polivalente, hidratação, aplicação de analgésico e antibiótico. O tratamento para crianças é o mesmo. Manter a pessoa em observação, monitorando o tempo de coagulação.


  • Gênero Caudisona / Crotalus:

Os acidentes com cascavéis atingem 7,7% do total de acidentes ofídicos, mas a sua letalidade é muito alta, principalmente por provocar insuficiência renal aguda. São encontradas em regiões mais áridas, mais secas.

  • Os sintomas do envenenamento são sinais neurotóxicos, fraqueza muscular, mal-estar, prostação, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência, secura da boca, visão dupla, cegueira, escurecimento da urina, oligúria e anúria. Se houver dor, é muito pequena.

  • O tratamento se faz com a aplicação de soro polivalente ou específico (10 a 20 ampolas, preferencialmente IV). Manter hidratação.


Gênero Lachesis:

Os acidentes laquéticos são muito raros (1,9%), devido ao seu habitat específico, onde a densidade populacional é muito baixa. Além do porte avantajado, distinguem-se das jararacas pelo fato de terem escamas eriçadas na cauda.

  • A ação do seu veneno assemelha-se ao das jararacas, podendo também apresentar sintomas neurotóxicos.

  • O tratamento é semelhante ao usado para jararacas, com soro polivalente ou específico.


Gênero Micrurus:

Pela pouca agressividade, pela pequena abertura da boca, os acidentes com as corais são poucos (0,4%), restritos a quem as manipula. Por outro lado, a letalidade é alta e há pouco soro disponível.

  • Os sintomas da intoxicação são parecidos com os da cascavel, mais a insuficiência respiratória e dor intensa no local da mordida.

  • O tratamento é feito com soro específico, além de ventilação artificial.


ATENÇÃO:

*Não se deve em hipótese alguma tentar retirar o veneno da vítima, mordendo e sugando o local da picada. Esse processo é ineficiente e isso pode causar o envenenamento de quem faz o processo, além de transmitir qualquer tipo de doença presente no sangue da vitima a quem efetua o processo.

* Não se deve também fazer torniquetes tentando evitar que o veneno se espalhe, pois se houver coagulação do sangue, a vítima pode até perder o membro.   


Fontes:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=31494
Slides - Prof. walcir Mendes

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